Devo dizer uma coisa
Uma coisa bem verdadeira
Sou o chefe do cangaço
Dessa nação brasileira
Muito tempo sem comida
Saímos logo a caçar
Qualquer presa serviria
Para a fome saciar
Um cheiro veio de longe
E veio se aproximando
Vimos logo: É um porco!
O pobre está nos chamando.
Na moita nos escondemos
Para pegar o danado
Eta porquinho cheiroso
Tô ficando alucinado!
Vem para perto, vem bichinho
Mas venha de olho fechado
Pois logo tu virará comida
De nós pobre coitado.
E por fim ele chegou
O facão já fui pegando
Um tigre veio pulando
Já fomos nos afastando.
Veio proteger seu amigo
O tal do porco cheiroso
E esse ilustre tigre
Me deixou bem furioso
Tivemos que nos afastar
Fingir que fomos embora
Pensamos em outro plano
Atacar em outra hora
Deixamos pro dia seguinte
Foi logo ao entardecer
Daremos cabo dos dois
Esse dois terão que morrer.
E já na calado da noite.
O tigre estava ali
Tentávamos caçá-lo
Céu senão
Ele nos caçaria
O cangaceiro estava na floresta
Tentando pegar o tigre
Quando o viu
Ele o abocanhou
Um outro cangaceiro
Tambem estava na floresta
Viu uma coisa atrás
Na árvore!
Era o tigre e o comeu.
Naquela aldeia
Tudo ficou triste
Daquele tigre
Ninguem resiste
Mais que dia mais triste
Todos se foram em vão
Um dia,
dele se vingarão
Um dia,
a carne dele pegarão
Só restou os ossos e as espadas
As almas deles,
subindo as escadas
E alguém esperando a suas chegadas.
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